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Prefeitura Municipal de Ibicaraí

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Prefeitura Municipal de
Ibicaraí



Visão Geral


Visão Geral

Bandeira Bandeira do Município
Brasão Brasão do Município
  • Aniversário: 22 de outubro
  • Fundação: 22 de outubro de 1952
  • Padroeiro (a):Senhor Deus Menino
  • Gentílio:ibicaraiense
  • Cep: 45745-000
  • População: 8114 (estimativa)
  • Prefeito (a): ()
    -

Cultura

Ibicaraí aos poucos vai perdendo suas características de sociedade interiorana. Não se convive mais com as conversas de vizinhanças e dos ambientes saudosistas das praças típicas de cidade do interior. As principais atividades culturais vivenciadas no Município são as festividades religiosas, dentre as quais se destaca: a festa do Padroeiro do município, Senhor Deus Menino, o São Pedro, O Dia de São Cristóvão, Corpus Christi, etc.

O Município possui carência de áreas para práticas esportivas. Atualmente dispõe dos seguintes espaços:

- duas quadras de esportes na sede;
- uma quadra de esporte na Vila Santa Isabel e outra na Saloméa;
- um ginásio de esporte;
- um estádio de futebol

Na área cultural, as principais atividades do Município são:

- música;
- dança;
- artesanato;
- fanfarra;
- teatro;


O município ainda é carente em espaço cultural como Teatro e Centro Cultural, mas, conta somente com uma biblioteca pública, localizada no centro da cidade, porém com infraestrutura inadequada, bem com falta livros e um sistema informatizado que facilite a pesquisa por parte de seus usuários.

Geografia

O município de Ibicaraí está localizado no sul do Estado da Bahia, na Zona Centro Oeste da Região Cacaueira, com uma população estimada em 21.378 segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda de acordo com o Censo de 2010, 73,65% da população é urbana e 26,35% é rural. Ibicaraí possui uma área aproximada de 285 km² e localiza-se na zona centro-oeste da região cacaueira, na bacia do rio Salgado, serpenteando sua margem esquerda no sentido oeste-leste. Sua coordenada oficial é de 14º 52´11’’ sul e 39º 35´34 oeste (SEPLANTEC, 1978).limitando-se ao norte, com o município de Almadina; ao sul com Itapé; a leste com Coaraci e a oeste com Floresta Azul. Ibicaraí possui três distritos: Cajueiro, Vila Santa Isabel, e Saloméa.

O Município apresenta características geográficas em conformidade com a Microrregião Cacaueira e uma topografia, considerada acidentada, formada pelas serras da Jussara e Quatro Porcos. Em relação à hidrografia, é banhado pelo Rio Salgado, cujos afluentes são: Córrego Grande, Cajueiro, Luxo, Veados, Banha, Saloméa, Barbados, Miúdos, Patioba, Iscas, Riacho de Areia e as Cachoeiras de Pancada Formosa e Pancadinha, distantes 9 km do centro da cidade.

A cobertura florestal da região pode ser caracterizada como vegetação fechada, apresentando um cenário claro de devastação vegetal, pois com o declínio do cacau, as antigas plantações, que necessitavam do sombreamento das árvores de grande porte, cederam espaço para os grandes territórios destinados a pastos para a pecuária. Essa vegetação é formada basicamente por resquícios da Mata Atlântica com a ocorrência de espécies de outras origens como mangueiras, seringueiras e a eritrina. Porém ainda é possível identificar espécies tradicionais na região como o Jequitibá Rosa, Maçaranduba e o Jacarandá.

População

Entre 2000 e 2010, a população de Ibicaraí cresceu a uma taxa média anual de 1,86%, enquanto no Brasil foi de 1,17%, no mesmo período. Nesta década, a taxa de urbanização do município passou de 66,04% para 73,69%. Em 2010 viviam, no município, 24.272 pessoas. Atualmente a população estimada em 21.378 segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Clima

O clima característico de Ibicaraí é o tropical úmido, com temperaturas elevadas no verão e amenas no inverno, reduzida amplitude térmica, alta incidência de chuvas durante todo o ano em função da umidade, e duas estações definidas: a úmida e menos úmida.

História

O início da ocupação do território que atualmente compõe Ibicaraí tem como marco principal o fluxo migratório ocorrido no estado de Sergipe em meados dos anos de 1840 devido à crise da lavoura açucareira, obrigando muitos sergipanos a migrarem para o sul da Bahia em busca de terras férteis e de uma nova forma de cultura agrícola: o cacau. Pouco a pouco se seguiu o velho molde de surgimento de urbanizações, a partir da aquisição/criação de uma propriedade agrícola sempre às margens de uma fonte hídrica, geralmente um curso fluvial, que no caso em questão foi o Rio Salgado.

Desse modo, o município de Ibicaraí teve a sua origem ligada ao processo de montagem e expansão da lavoura do cacau. Surgiu, então, o primeiro núcleo de povoamento, no local onde se encontrava um pequeno roçado em terras que faziam parte do município de Itabuna, de propriedade de Calixto Roxo. No ano de 1916, Manoel Marques Primo adquiriu a posse daquela terra, estabelecendo-se com sua família, à margem esquerda do Rio Salgado, iniciando o plantio das primeiras sementes de cacau do lugar.

A partir de 1917, começaram a chegar à região outras famílias, dando origem a um povoado que passou a ser denominado Palestra, em razão das frequentes reuniões que se faziam no barracão central, em torno de negócios e de conversas que serviam como passatempo.

O aparecimento de estabelecimentos comerciais foi inevitável, engatinhando um processo de urbanização que culminou com a evolução de arraial para vila, de Arraial de Palestra para Vila Palestina. Dado ao crescente progresso, o lugarejo foi promovido a Vila em 1937, sendo definitivamente denominado Ibicaraí, que em tupi significa Terra Sagrada, por meio do Decreto-Lei Estadual no 141, de 31 de dezembro de 1942.

A riqueza proveniente do cacau deu origem a dois grupos sociais: os fazendeiros, também conhecidos como coronéis do cacau e donos de fazendas de grande extensão territorial e os trabalhadores rurais, marcados muitas vezes pela negação de seus direitos trabalhistas e sociais.

A posse de terra por parte dos coronéis e sua consequente expansão de poder se deu por meio da força armada, e muitos trabalhadores e pequenos cacauicultores foram obrigados a vender e/ou abandonar suas roças de cacau, quando não morriam defendendo suas propriedades. Dessa forma, os poderosos fazendeiros do cacau apossavam-se dos pequenos lotes de terras e os transformavam em verdadeiros latifúndios, onde passavam a trabalhar, de forma quase escrava, os antigos proprietários.

A luta pela terra na região confunde-se com a própria história da implantação da monocultura cacaueira. Este poderoso fruto fez surgir cidades e patrimônios e, junto com o desenvolvimento, as desigualdades sociais.

O aumento do poder aquisitivo da vila trouxe consigo uma forte conscientização política, trazendo à tona uma classe de políticos como os Senhores José Tito de Lima, Dr. Justino Marques, João Batista de Assis, Dagmar Pinto, Otávio Batista e Vital Antunes, engajados no projeto de emancipação do distrito de Ibicaraí do município de Itabuna. Apesar de algumas divergências documentais sobre o contexto da emancipação política, o que se tem como fato notório foi uma ampla participação popular nesse processo, seja ela direta ou indireta, por meio do comparecimento maciço da população nos comícios promovidos a fim de difundir os ideais emancipacionistas.

O maior empecilho encontrado para que Ibicaraí se tornasse um município foi a não aceitação de Itabuna, pois esta perderia seu domínio sobre a região tendo diminuído seu produto interno bruto, além da perda da arrecadação de impostos das áreas desmembradas. Mesmo assim, a referida emancipação ocorreu via Lei Estadual de nº 491 de 22 de outubro de 1952, quando Ibicaraí foi finalmente elevada a categoria de município, sendo instalado em 7 de abril de 1955, pois o Poder Público Estadual preferiu aguardar o processo eleitoral de 1954 para efetivar a emancipação, sendo definitivamente consagrado município após o resultado do
recurso impetrado pela Prefeitura de Itabuna no Supremo Tribunal Federal em dezembro de 1955.

Seguindo a linha inevitável do progressivo crescimento, o pós emancipação de Ibicaraí foi marcado pelas idealizações de projetos estruturais e desenvolvimentistas, objetivando um aperfeiçoamento urbanístico do novo município.

Em sintonia com toda a região na qual estava inserido, o território ibicaraiense obteve seus momentos de glória e apogeu quando o cacau se consolidou como fonte de renda segura e até então inabalável, o chamado fruto de ouro foi o grande responsável pelo destaque nacional conseguido pelos municípios cacaueiros do sul da Bahia, dentre eles Ibicaraí, que conseguiu desenvolver inúmeros ramos econômicos todos oriundo de recursos obtidos da lavoura. Paradoxalmente, o responsável pela hegemonia foi o principal culpado do declínio, pois às crises cíclicas do cacau causadas pelos baixos preços, competição no mercado internacional e, principalmente, pelo ataque de doenças como a vassoura-de-bruxa, causada pelo fungo crinipellis perniciosa originário da região amazônica, fez toda a região entrar em um colapso social e econômico.